Barack Obama e Hillary Clinton disputam as primárias da Pensilvânia, na próxima terça
Os eleitores democratas vêem Barack Obama como o provável vencedor da corrida contra sua adversária, Hillary Clinton, revertendo o cenário até então predominante, segundo pesquisa realizada pelo instituto "Washington Post"-ABC News e divulgada nesta quarta-feira.
A pesquisa consultou 643 democratas de todo o país sobre qual pré-candidato do partido tem mais chances de vencer a indicação para concorrer à Presidência: 62% apontaram Obama e 31%, Hillary.
Veja a íntegra da reportagem no Washington Post, em inglês
Na última pesquisa do instituto, realizada no início de fevereiro, 47% dos entrevistados escolheram Hillary como provável vencedora, contra 42% para Obama.
Quando questionados sobre quem gostariam que fosse escolhido para disputar a Presidência com o provável republicano John McCain, os democratas preferiram Obama, com uma vantagem de 10 pontos (51% a 41%).
Os resultados da pesquisa trazem bons argumentos para o debate desta quarta-feira à noite, na Pensilvânia. O encontro ocorre quase um ano após o primeiro debate de abril de 2007, na Universidade da Carolina do Sul, quando oito pré-candidatos democratas ainda disputavam a nomeação do partido.
Disputa presidencial
Na simulação de uma votação entre McCain e os dois candidatos democratas, o senador republicano ganharia com 48% das intenções de voto entre todos os 1.197 entrevistados, contra 45% de Hillary. O resultado, contudo, pode ser considerado um empate estatístico já que a pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.
No outro cenário possível, McCain enfrentando Obama, quem ganha é o senador democrata, com 49% das intenções de voto contra 44% do republicano.
Para a equipe de Obama, a pesquisa pode trazer boas notícias. Realizada entre os dias 10 e 13 de abril, no início da polêmica gerada em torno dos comentários de Obama sobre eleitores de cidades pequenas, os bons números do senador podem indicar que ele não foi afetado pelas críticas de seus rivais, que o rotularam como elitista.
No sábado (12), Obama falou em um evento fechado de arrecadação de verbas, em São Francisco, que eleitores de pequenas cidades da Pensilvânia apegam-se às armas e à religião como escape das grandes dificuldades econômicas que enfrentam.
No geral, a pesquisa indica que 51% dos democratas e independentes que tendem ao partido preferem ver Obama na eleição presidencial de 4 de novembro. Já 41% indicaram preferência por Hillary na decisão pela nomeação democrata.
Uma pesquisa realizada pelo mesmo instituto, em março, logo após a vitória de Hillary nas primárias de Ohio, mostrou praticamente o mesmo resultado.
Disputa prolongada
Uma das maiores preocupações dos líderes democratas é que a demora por uma decisão sobre a nomeação pode afetar a força do Partido Democrata nas eleições gerais. Com o candidato republicano já definido, os democratas estão perdendo um tempo precioso no embate entre Hillary e Obama em vez de focar na campanha contra McCain.
Contudo, a pesquisa do "Washington Post" indica que os eleitores democratas não têm esta preocupação.
Metade dos entrevistados prevê que a duração da disputa das primárias democratas não vai ter muito impacto nos resultados do partido em novembro. Já 17% dizem acreditar que a demora na escolha de um nome para concorrer à Casa Branca pode até ajudar a fortalecer a candidatura democrata.
Um terço dos entrevistados afirma, assim como os líderes partidários, que a prolongação da decisão até a convenção Nacional Democrata, em 25 de agosto, trará custos para o partido.
A mesma porcentagem disse que eles podem não apoiar o candidato democrata nas eleições gerais caso não seja o pré-candidato que eles apóaim nas primárias.
Para seis em cada dez democratas ouvidos pelo instituto, é melhor que Hillary e Obama prolonguem a disputa até que um deles consiga uma vitória clara do que encurtar a batalha pela nomeação com uma decisão arranjada pelo Partido Democrata.
Para 79% dos eleitores que apóaim Hillary, a senadora deve continuar na corrida, mesmo que perca a primária da Pensilvânia, daqui a seis dias. Já entre os eleitores de Obama, mais de um terço defende que ela permaneça na campanha mesmo que seja derrotada no Estado.
A pesquisa foi conduzida por telefone entre 10 e 13 de abril e ouviu 1.197 adultos, incluindo 643 democratas e independentes que dizem apoiar o partido. Os resultados têm uma margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. Na amostra de democratas, a margem de erro é de quatro pontos para mais ou para menos.
Em discurso, McCain propõe redução de impostos e satiriza Obama
da Reuters, em Pittsburgh
O provável candidato republicano à Casa Branca John McCain vai propor, nesta terça-feira, cortes nos impostos pagos pela classe média, reiterar suas acusações de que os rivais democratas apóiam grandes aumentos fiscais e ainda tentar se distanciar da administração do atual presidente dos Estados Unidos, George w. Bush, também republicano.
Em um discurso agendado para hoje, em Pittsburgh, McCain lançará seu mais detalhado plano econômico e discutirá suas propostas para solucionar a crise que assola a economia dos EUA.
Ele vai propor ainda a instituição de um sistema fiscal mais simples como alternativa ao sistema utilizado atualmente-- a escolha pelo sistema ficaria a cargo do próprio cidadão.
Tal como tinha feito no passado, ele promete buscar uma redução dos impostos cobrados de empresas de 35% para 25%, porque, como ele vai dizer no seu discurso, "altas taxas de imposto estão levando muitas empresas e empregos no exterior".
Além disso, ele irá propor uma eliminação progressiva do imposto alternativo mínimo, um imposto originalmente criado para garantir que os norte-americanos ricos com uma série de deduções fiscais paguem um montante mínimo de imposto, mas que agora está afetando milhões de norte-americanos que pagam mais impostos do que o necessário.
Segundo McCain, sua proposta reduzirá os impostos em US$ 2.000 (R$ 3.372) anuais para mais de 25 milhões de famílias de classe média.
Bush e os democratas
Além de apresentar suas propostas, McCain usará seu discurso econômico para colocar certa distância entre ele e a administração Bush e também para dizer que tanto os democratas quanto seus colegas republicanos são culpados por gastar em excesso.
"Em tudo isto, não será suficiente apenas mudar as políticas econômicas dos últimos quatro, oito, ou 28 anos. Nós temos nosso próprio trabalho a fazer. Temos os nossos próprios desafios para vencer", dirá McCain, de acordo com trechos do discurso liberados por sua campanha.
McCain irá criticar diretamente seus rivais democratas pelos planos de gastos ambiciosos que ele afirma que causariam o aumento dos impostos para "americanos de todos os antecedentes", totalizando U$ 1 trilhão (R$ 1,7 trilhão) ao longo de uma década.
Ele vai ainda satirizar o título do livro autobiográfico de Barack Obama, "A Audácia da Esperança": "Todos estes aumentos são a fina impressão sob o lema de "esperança". Eles aumentarão seu impostos em milhares de dólares por ano-- e eles têm a audácia de esperar que você não se importe".
da Folha Online
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u392233.shtml
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